China - Resumo

CHINA



ASPECTOS NATURAIS
A República Popular da China, terceiro maior país do mundo, ocupa quase 9,6 milhões de quilômetros quadrados do Extremo Oriente da Ásia. Com uma extensa linha de fronteiras continentais, mantém relações de vizinhança com 14 países, além de uma longa costa voltada para o Oceano Pacífico, onde se situam o Japão e Taiwan (Formosa).
O relevo da China apresenta grandes contrastes quanto à altitude, forma e composição rochosa. De maneira simplificada podemos dividir o país em três grandes regiões:
Planícies — Ocupam quase toda a fachada leste do país, estendendo-se de norte a sul, quase sempre com altitudes inferiores a 200 metros. São basicamente planícies de formação sedimentar aluvional, sendo cortadas por grandes rios, como o Huang-Ho (rio Amarelo) e o Yang Tsé-kiang (rio Azul), com solos férteis.
Planaltos — Ocupam a faixa central do país (de norte a sul), o noroeste e o nordeste, com altitudes entre 200 e 2mil metros. No noroeste está o planalto do Sin-kiang, de estrutura sedimentar, o que explica a presença de grandes reservas petrolíferas no seu subsolo. No norte e no nordeste, contornando o deserto de Gobi (Mongólia), estendem-se os planaltos da Mongólia Interior (com clima árido) e o da Manchúria (com reservas de minério de ferro e carvão). Na porção central estão os planaltos cortados pelos rios Amarelo e Azul, recobertos por um solo muito fértil, de cor amarela, chamado loess.
Montanhas — O maior conjunto de montanhas do país está na porção sudoeste, onde se erguem elevados planaltos e cordilheiras com altitudes superiores a 2 mil metros (“teto do mundo”). A cordilheira do Himalaia é a maior do planeta, com diversos picos entre os de maior altitude no mundo (o Everest, na fronteira do Nepal com a China, é o maior).
A hidrografia chinesa é muito rica. Os rios são numerosos, diversos deles de grande extensão e elevado potencial hidrelétrico. O mais importante é o Huang-Ho (Amarelo), que nasce nos planaltos montanhosos do sudoeste e corre para o leste, por mais de 5.400 quilômetros. Na sua porção média, quando corta os planaltos centrais, tem elevado potencial hidrelétrico, sendo também muito utilizado para irrigação das plantações de trigo. Outro grande rio chinês é o Yang Tsé-kiang (rio Azul). É ainda mais extenso que o Amarelo, com mais de 5.500 quilômetros. Também nasce nas elevadas montanhas do Tibete, deságua nas proximidades de Nanquim e Xangai, tendo uso semelhante ao do vizinho do norte.
O clima da China sofre influência de quatro fatores principais:
Continentalidade — A grande extensão territorial da China faz com que os climas se tornem cada vez mais secos à medida que se avança em direção ao interior, além de aumentar a amplitude térmica anual, onde a temperatura varia até 40ºC entre a média mensal de verão e a de inverno.
Latitude — A grande extensão territorial do país, no sentido norte-sul, permite que a latitude varie de 18ºN a 53ºN. De forma geral as temperaturas são mais elevadas na direção sul e se tornam progressivamente mais baixas na direção norte.
Altitude — Há grande diversidade altimétrica no território chinês, variando de –150m a mais de 8 mil metros. De forma geral nota-se um aumento das médias térmicas mensais quando se caminha do litoral para o interior.
Monções — As massas de ar estão sob influência sazonal das monções, ventos típicos do sul e sudeste asiático. Durante o verão do hemisfério norte, os ventos sopram dos Oceanos Índico e Pacífico em direção à China, provocando intensas chuvas, especialmente na faixa litorânea. Durante o inverno, sob influência da massa Polar Ártica, os ventos provenientes da Sibéria sopram em direção ao litoral, provocando rebaixamento da temperatura e secas.

ASPECTOS HUMANOS
Apesar de reunir a maior população absoluta do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a China apresenta a predominância de um grupo étnico: 91% são da etnia han. Há uma razoável diversidade de aspectos físicos dentro desse grupo, especialmente pela altura, maior nos chineses han do norte, e na cor da pele, um pouco mais escura nos chineses han do sul. O restante da população se distribui em mais de cinquenta grupos minoritários, com cultura (especialmente religião e língua) própria: chuang, tibetanos, uigures, cazaques, mongóis e manchus são os mais numerosos. O número de habitantes dessas minorias aumentou muito rapidamente nas últimas décadas, e o governo tem tentado estabilizar seu crescimento sem muito sucesso.
A imensa população chinesa está desigualmente distribuída pelo território. A China apresenta uma densidade demográfica média de 135 hab./km², mas registra também locais de baixa ocupação humana nas regiões montanhosas do Tibete e nos desertos de Sin-kiang e da Mongólia Interior, havendo ainda extensas áreas quase totalmente despovoadas, e algumas bacias fluviais da região leste da China ultrapassam 2.000 hab./km².

A região litorânea e o sul, que ocupam um quinto do território, abriga cerca de 80% da população chinesa. A partir de 1949, as migrações promovidas pelo governo socialista para a ocupação de regiões subpovoadas avançaram para Mongólia e Sin-kiang, onde se fixaram em projetos de mineração, agricultura irrigada e, mais recentemente, industrialização.
As campanhas de limitação da natalidade têm surtido efeito, apesar de encontrarem resistência entre as populações. A taxa de natalidade caiu quase pela metade durante a década de 1970. Na década de 1990, a urbanização foi o principal fator que impulsionou a retomada da queda do número de filhos.
Hoje o crescimento vegetativo é inferior a 1% ao ano, o que pode ser considerado bastante baixo para um país subdesenvolvido. Essa taxa, quando analisada em números absolutos, resulta em um impressionante acréscimo anual de quase 10 milhões de pessoas ao contingente populacional. O incremento anual de tantas crianças à população cria uma forte pressão sobre o orçamento nacional, obrigando o Estado a realizar elevados gastos com assistência pré-natal, educação, saúde, alimentação, etc.
A lei sobre demografia de 1979 levou muitas famílias a optarem por ter seu único filho do sexo masculino, elevando assim, de forma muito significativa, o número de abortos de fetos femininos. Em conseqüência, o número de nascimentos de homens em relação ao de mulheres (114 homens para cada 100 mulheres) tornou-se muito maior que a média mundial (105 homens para cada 100 mulheres). A parcela de homens na população absoluta manteve-se em torno de 51,5% durante toda a segunda metade do século XX.
A queda da taxa de natalidade foi acompanhada pela melhoria da qualidade de vida da população e a conseqüente elevação da expectativa de vida. Em 2006 a expectativa de vida feminina estava em torno de 75 anos e a masculina, em 71 anos. Uma boa forma de ver as transformações que a queda das taxas de natalidade e mortalidade provocaram na população da China é observar a evolução da pirâmide etária.
Esse fato determina a predominância de população jovem (menos de 19 anos — cerca de 400 milhões de jovens), o que possibilita ao país uma fácil reciclagem da mão-de-obra ativa, mas, por outro lado, cria a necessidade de altos investimentos sociais. Como o país é pobre e a população numerosa, alguns indicadores sociais revelam essa necessidade de maiores investimentos, como é o caso da taxa de analfabetismo, que é um pouco elevada, especialmente entre as mulheres (13 da população feminina e apenas 5% da população masculina são analfabetos).
As taxas de mortalidade infantil também são altas, quando comparadas com as dos países desenvolvidos. Elas vêm declinando, de 41‰ em 1980 para 23‰ em 2006, valores ainda cinco a seis vezes superiores aos que se encontram nos países ricos.
No fim de 2011, o país mais povoado do mundo tinha 690,79 milhões de pessoas nas cidades, contra 656,56 milhões de pessoas no campo, indicou o Escritório Nacional de Estatísticas. Os habitantes das cidades representam agora 51,27% da população total, que é de 1,347 bilhão de habitantes. A China é o país de maior população urbana do mundo. Não há país do mundo, exceto a Índia, que tenha esse número de habitantes em seu território. As cidades chinesas são numerosas e muitas delas estão entre as megacidades do mundo: Xangai (12,8 milhões), Beijing (10,8), Tianjin (9,2), Shenyang (6,8), Wuhan (4,1), Cantão (3,7) e Nanquim (2,9).
Atualmente, os órgãos chineses de planejamento buscam conter o processo de concentração urbana, por meio da criação de pequenas e médias cidades e da tentativa de controle de crescimento das grandes. Há restrições aos deslocamentos entre cidades e incentivam a transferência de populações urbanas para as zonas rurais, principalmente em frentes pioneiras, para as regiões subpovoadas de Sin-kiang, Tibete e Manchúria.



A ECONOMIA
A economia chinesa é uma das mais diversificadas do mundo e apresenta grandes contrastes de desenvolvimento regional e setorial. A agropecuária constitui uma das suas principais atividades econômicas, principalmente se a observarmos sob o ponto de vista da ocupação da mão-de-obra.
Com a revolução socialista de 1949 ocorreu a coletivização das terras e o controle estatal da economia. O governo introduziu maior controle sobre a produção a partir de 1958, criando grandes comunidades agrícolas obrigadas a produzir cotas de produtos escolhidos pelo Estado. Eram chamadas de comunas populares e chegavam a ter entre 10 mil e 20 mil famílias cada uma. Além das atividades agrícolas, mantinham, na zona rural, as funções industrial, administrativa, política, educacional, social e militar.
No final da década de 1970 o país adotou a política das Quatro Modernizações, que passou a permitir a propriedade privada e as cooperativas no campo, além de criar as Zonas Econômicas Especiais (ZEE’s) na área litorânea, destinadas à industrialização e abertas aos investimentos estrangeiros. No início de 2002, foi abolido o sistema de cotas de produção obrigatórias, integrando de forma mais profunda o campo às reformas que estão direcionando o país para uma economia de mercado.
A modernização da agricultura é recente, e em muitas partes do país ainda se empregam técnicas arcaicas de produção. Na China árida existem grandes projetos de irrigação e recuperação de solos incultos, como no Sinkiang, onde se processa o cultivo irrigado de algodão e trigo. Com cerca de 60 milhões de hectares irrigados, o país é hoje o primeiro do mundo nessa modalidade de produção.
Ao norte das planícies orientais, na Manchúria e na bacia do rio Amarelo, graças à presença do loess (solo fértil aluvial) e às boas condições climáticas, cultivam-se trigo, sorgo, beterraba, algodão e soja. Ao sul, o clima quente e as chuvas de monções possibilitam o cultivo de produtos tropicais, como arroz de inundação, cana-de-açúcar, tabaco, frutas, chá, milho e amoreira (bicho-da-seda). No Tibete e nos altos planaltos, a agricultura é feita em terraços. O arroz é o produto que ocupa a maior parte do espaço agrícola nacional.
Em vista de sua imensa população, a pecuária tem para a China uma importância estratégica. O país é o primeiro do mundo em números absolutos dos seguintes animais: aves (mais de 3,6 bilhões de galináceos e 65% da produção mundial de patos); suínos (445 milhões de cabeças); ovinos (135 milhões); caprinos (149 milhões); e cavalos (10 milhões). O rebanho bovino é o terceiro do mundo, com cerca de 110 milhões de cabeças.
Embora a produção agrícola chinesa esteja entre as maiores do mundo e tenha ainda grande capacidade de expansão, técnicos da FAO acreditam que nas próximas décadas a produção não será suficiente para atender à demanda interna, devido ao acelerado crescimento do consumo por uma população muito numerosa.
O território chinês é bem dotado de recursos energéticos e minerais, nos quais se apoia o desenvolvimento da indústria pesada. O país tem a primeira produção mundial de minério de ferro, estanho, fosfatos, carvão e linhito. Tem ainda grande produção e consideráveis reservas de manganês, ouro, mercúrio e petróleo. O aproveitamento desses recursos se intensificou na última década do século, graças à crescente industrialização. No nordeste do país e ao longo do rio Amarelo existe um elevado potencial hidrelétrico, apenas parcialmente explorado, embora o país já tenha a terceira maior produção de eletricidade do mundo.
Os centros industriais chineses concentram-se próximas ao litoral. Hoje cerca de 45% do PIB é proveniente da produção industrial. A indústria pesada (siderúrgica, metalúrgica, química e de equipamentos) situa-se principalmente na Manchúria, em Beijing, no vale do rio Azul (Nanquim, Xangai, Wuhan) e no Cantão. A indústria leve, como a têxtil, concentra-se em Xangai, Beijing e Tianjin, centros tradicionais, e em Tsingtao e Xian, centros recentes. As indústrias alimentícias e artesanais encontram-se espalhadas pelo país.

Sob comando de Deng Xiaoping, os chineses abriram o país ao capital transnacional, buscando assim modernizar e acelerar seu processo industrial. A conseqüência foi inequívoca: a China passou de vigésimo terceiro PIB mundial, em 1979, para segundo, se a medida for pelo PPC (poder de paridade de compra), com 11 trilhões de US$, superado apenas pelos Estados Unidos.
Seu comércio externo, posicionado como trigésimo segundo mundial em 1979, passou para a terceira posição (superado apenas por Estados Unidos e Alemanha), apresentando constantes superávits, o que permitiu o acúmulo de elevadas reservas monetárias (superiores a 750 bilhões de dólares em 2006). Nos últimos anos, metade do crescimento do PIB deve-se ao aumento do comércio externo.
Com a abertura econômica foram criadas, nas zonas litorâneas da China, as Zonas Econômicas Especiais (ZEE’s), regiões onde a economia de mercado pode se desenvolver, inclusive com a participação de capital estrangeiro. Em consequência disso, a China se tornou o país que mais recebeu investimentos diretos internacionais nas duas últimas décadas do século XX, o que vem revolucionando seu sistema produtivo industrial, modernizando sua infra-estrutura e melhorando o padrão econômico nacional.
A economia chinesa, que vem crescendo em média mais de 10% ao ano, ainda apresenta graves problemas, tais como: má organização e insuficiência de infra-estrutura, elevadas taxas de desperdício, baixa produtividade e elevados subsídios fiscais. A manutenção dos altos índices de crescimento só tem sido possível graças à elevada taxa de poupança interna, aos pesados investimentos internacionais e ao baixo custo da mão de obra.
Já foram privatizadas mais da metade das 300 mil pequenas e médias empresas estatais, e a meta é manter o controle de menos de 700 grandes estatais, consideradas estratégicas (petroquímica, hidrelétricas, telecomunicação e material bélico).
Fonte: Apostilas do Sistema Anglo de Ensino.

EXERCÍCIOS

1. A China é um país que tem três formas de relevo bem diversas. Quais são? Apresente suas características.
2. O clima da China varia em função de quatro fatores. Explique como varia em função da altitude.
3. Como a continentalidade afeta o clima chinês.
4. Explique o que são as monções e suas consequências para o clima chinês.
5. Há dois importantes rios na China, que nascem na Cordilheira e percorrem boa parte do país até desaguarem no oceano Pacífico. Quais são eles?
6. Qual é a principal etnia da China?
7. Explique o que motivou a Política do Filho Único na China.
8. Por que a redução da natalidade na China é importante?
9. Como se distribui a população chinesa pelo seu território?
10. A população urbana chinesa superou a população rural em 2011. O que isso traz de problemas?
11. Com relação à economia chinesa, destaca-se sua produção de alimentos. Por que, apesar de produzir muito, o país importa grande quantidade de grãos, carne e outros alimentos?
12. Qual é a importância da indústria para a China? Como a produção de minérios e petróleo pode ajudar o país nesta atividade?
13. O que são as Zonas Econômicas especiais da China?

TESTE. (PUC-SP) Sobre a população chinesa não podemos afirmar que:
a) é a mais populosa do mundo, com aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, e mais de 135 hab./km².
b) apresenta um governo empenhado no controle da natalidade.
c) é uma das populações mais homogêneas do globo, com 94% de chineses e apenas 6% de outros grupos.
d) apresenta-se distribuída de maneira irregular, sendo que a maior parte ocupa a porção ocidental (do litoral).
e) predomina uma população jovem e rural, sendo que mais de 70% da mão-de-obra ativa se concentra no setor primário.


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