INTERGERACIONALIDADE E OS DESAFIOS DE INSERIR AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE MODERNIDADE LÍQUIDA

INTERGERACIONALIDADE E OS DESAFIOS DE INSERIR AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE MODERNIDADE LÍQUIDA


Valter Batista de Souza


RESUMO

A partir de três perguntas fundamentais, “como deve ser a educação mediante a modernidade

atual e a geração atual de estudantes, quais são as suas características e como as instituções e os professores devem ser portar diante dessa realidade” e com base na teoria da “Modernidade Líquida”, de Zygmunt Bauman, estruturamos algumas reflexões acerca de como a intergeracionalidade pode ser motivadora na estruturação de um sistema de ensino que permita uma aprendizagem mútua, envolvendo pais, estudantes e professores, em particular diante da chegada da geração Alpha às escolas. Nesse contexto, foi possível perceber que, para a construção de uma educação mais conectada, dinâmica e interativa, capaz de responder aos desafios da modernidade líquida, é preciso que a escola seja um espaço de trocas e de aprendizagens mútuas entre as gerações, valorizando as experiências e saberes de cada uma delas. A partir das conclusões de Bauman, compreendemos que a educação deve ser um processo contínuo, um esforço permanente para adquirir novas habilidades e conhecimentos. Nesse sentido, é fundamental que os estudantes sejam incentivados a continuar aprendendo e atualizando seus conhecimentos mesmo após a conclusão do ensino formal, que exige que as práticas educacionais atuais sejam repensadas para atender às necessidades da geração Alpha e prepará-los para enfrentar os desafios do mundo em constante transformação. 

Palavras-chave: Educação. Modernidade líquida. Intergeracionalidade. Aprendizagem mútua. Geração Alpha. Práticas educacionais.


ABSTRACT (resumo em inglês):

Based on three fundamental questions, "what should education be like in the current modernity and current generation of students, what are their characteristics, and how should institutions and teachers behave in the face of this reality," and based on Zygmunt Bauman's theory of "Liquid Modernity," we structured some reflections on how intergenerationality can be motivating in the structuring of an educational system that allows for mutual learning, involving parents, students, and teachers, particularly in light of the arrival of Generation Alpha in schools. In this context, it was possible to perceive that, for the construction of a more connected, dynamic, and interactive education, capable of responding to the challenges of liquid modernity, the school must be a space for exchange and mutual learning between generations, valuing the experiences and knowledge of each one. Based on Bauman's conclusions, we understand that education must be a continuous process, a permanent effort to acquire new skills and knowledge. In this sense, it is essential that students are encouraged to continue learning and updating their knowledge even after completing formal education, which requires current educational practices to be rethought to meet the needs of Generation Alpha and prepare them to face the challenges of a constantly changing world.

Keywords: Education. Liquid modernity. Intergenerationality. Mutual learning. Generation Alpha. Educational practices.


1 Introdução 

O ensino atual ocorre em um contexto de incertezas e mudanças constantes, que são características da Modernidade Líquida. A obra de Zygmunt Bauman traz algumas reflexões relevantes sobre esse tema, que podem ajudar a compreender melhor a situação atual.

Em sua obra "Modernidade Líquida", Bauman (2000) destaca que "a vida é agora vivida em um estado de contínua turbulência", o que implica em constantes mudanças e incertezas em diversos aspectos da vida, incluindo o ensino. Os indivíduos precisam estar constantemente se adaptando às novas situações e demandas do mundo em constante mudança.

Nesse sentido, o ensino precisa ser capaz de preparar os indivíduos para enfrentar esses desafios e incertezas. Como destaca Bauman (2000), "a educação precisa oferecer a capacidade de lidar com a incerteza e a mudança, bem como de lidar com situações desconhecidas e imprevisíveis". É necessário, portanto, que o ensino não se limite apenas à transmissão de informações e conhecimentos técnicos, mas que também ajude a desenvolver habilidades como a criatividade, a flexibilidade e a capacidade de adaptação.

Outro aspecto importante que Bauman destaca em sua obra é a importância da aprendizagem ao longo da vida. Em um mundo em constante mudança, é essencial que os indivíduos estejam sempre aprendendo e se atualizando para acompanhar as transformações que ocorrem em seu ambiente. Como ele afirma, "a educação não pode mais ser vista como um processo único que se inicia na infância e termina com a graduação. A educação deve ser um processo contínuo, um esforço permanente para adquirir novas habilidades e conhecimentos" Bauman (2000).

Dessa maneira, podemos compreender que o ensino sob o contexto da Modernidade Líquida precisa estar preparado para lidar com as constantes mudanças e incertezas do mundo contemporâneo, oferecendo uma educação que desenvolva habilidades e competências essenciais para enfrentar esses desafios, além de incentivar a aprendizagem ao longo da vida.

Mas não é somente isso o que nos desafia em nossa atuação nas escolas, e na construção de uma educação sistematizada sobre os valores de uma sociedade em transformação, porque também o objeto desta transformação é o motivo pelo qual se faz necessário remodelar o ensino e a educação formal escolar. Atualmente, estamos vivenciando uma mudança significativa na geração de estudantes que frequentam nossas salas de aula. A chamada geração Alpha, composta por crianças nascidas a partir de 2010, já está se aproximando do período escolar e possui características distintas em relação às gerações anteriores.

Essa nova geração é a primeira a nascer completamente imersa em um mundo digital, no qual a tecnologia está presente em todas as esferas da vida. Com isso, os alunos da geração Alpha possuem habilidades e competências que são diferentes daquelas requeridas pelas práticas educacionais tradicionais. Nesse sentido, repetindo Bauman (2000), é necessário que as práticas educacionais sejam revistas para atender às necessidades desses novos estudantes.

(Seemiller & Grace, 2016) publicaram em The Journal of Educational Research and Practice em 2016, artigo que analisa as expectativas e experiências dos alunos da geração Z em relação ao ensino superior, e oferece sugestões para as práticas educacionais que podem ajudar a atender às necessidades e expectativas dessa geração de estudantes. A questão da intergeracionalidade está presente nas discussões sobre o futuro da educação e as práticas de ensino com as quais precisaremos reestruturar nossos sistemas de ensino, porque não são poucos os desafios com os quais estamos lidando.

Na obra citada, (Seemiller & Grace, 2016) discutem a importância de compreender as expectativas, experiências e valores de diferentes gerações de estudantes para atender às suas necessidades e expectativas na educação. Acerca desse desafio de lidar com a intergeracionalidade nas escolas, com gerações tão diversas interagindo, sejam como professores, alunos e seus pais (Seemiller & Grace, 2016) afirmam que "as instituições educacionais precisam estar cientes das diferenças entre as gerações, reconhecer as semelhanças e diferenças entre as expectativas dos alunos e desenvolver estratégias para atender às necessidades desses diferentes grupos".

Neste artigo vamos abordar como a sociedade vem se (des)estruturando para dar lugar a um caleidoscópio social de múltiplas facetas, em que há uma multiplicidade de interesses, práticas, demandas e necessidades, conflituosas muitas das vezes, por conta das dificuldades em implementar políticas educacionais que permitam a inserção de novas tecnologias nas escolas, ao mesmo tempo em que precisam lidar com gerações tão distintas em suas expectativas em relação ao que a Instituição Escolar pode oferecer para uma reestruturação social, sedimentada nessa heterogeneidade geracional, considerando a teoria de Bauman (2000) e Seemiller & Grace (2016).


2 Educação e novas tecnologias em tempos de modernidade líquida

2. 1 A intergeracionalidade como motivação para uma nova estrutura educacional 

A intergeracionalidade é um fator crucial para entender as necessidades e expectativas de diferentes gerações em relação à educação. Com a crescente influência das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) no ensino, é ainda mais importante reconhecer as diferenças e semelhanças entre as gerações de estudantes e garantir que os sistemas educacionais sejam estruturados de maneira apropriada para atender a essas demandas.

Compreender a intergeracionalidade é fundamental para desenvolver estratégias educacionais que possam oferecer experiências de aprendizagem significativas e eficazes para todos os estudantes, independentemente de sua idade ou geração. Ao integrar as TICs na educação, é preciso reconhecer que diferentes gerações têm níveis variados de habilidade e familiaridade com a tecnologia. Assim, é necessário criar soluções que sejam acessíveis e úteis para todas as gerações.

Além disso, a compreensão da intergeracionalidade pode ajudar a superar barreiras e desafios que possam surgir na interação entre estudantes de diferentes idades. É possível promover uma maior cooperação e colaboração entre as gerações de estudantes, criando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e enriquecedor.

Dessa maneira, é fundamental que os sistemas educacionais considerem a intergeracionalidade e as TICs em sua estruturação para garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de obter uma educação de qualidade e relevante, independentemente de sua geração.

Na obra "Gerações na Escola: Interação entre a Geração Baby Boomers, Geração X e Geração Y", de Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis, é apresentada uma contribuição importante para a compreensão dos desafios trazidos pela intergeracionalidade para a educação nas escolas brasileiras, na qual a autora oferece sugestões valiosas para uma abordagem mais produtiva e inclusiva desse tema. No livro, a autora aborda a importância de compreender as diferenças geracionais dos estudantes, professores e demais membros da comunidade escolar para promover uma educação mais eficaz e inclusiva, discutindo os desafios e possibilidades da interação entre as gerações Baby Boomers, X e Y no contexto educacional brasileiro.

Tozoni-Reis (2015) enfatiza a importância de se construir uma cultura escolar que valorize e respeite as diferenças geracionais, bem como a necessidade de uma formação contínua de professores para lidar com essas questões de maneira adequada e eficaz. A autora defende que a intergeracionalidade nas escolas brasileiras deve ser vista como uma oportunidade para uma educação mais enriquecedora e inclusiva, e não como um obstáculo a ser superado.

Outra questão presente na abordagem de Tozoni-Reis (2015) diz respeito à importância de se envolver os pais no contexto da educação intergeracional, pois eles também são parte integrante do processo educacional dos filhos e podem contribuir significativamente para a construção de uma cultura escolar inclusiva e respeitosa das diferenças geracionais. A autora sugere que os pais sejam convidados a participar de reuniões e atividades escolares que promovam a interação e o diálogo entre as diferentes gerações, bem como a valorização das experiências e conhecimentos de cada uma delas.

Além disso, a autora defende que as escolas devem promover a formação de pais e responsáveis para lidar com a diversidade geracional presente no ambiente escolar e incentivar a criação de grupos de discussão entre pais de diferentes gerações, para que possam trocar ideias e vivências sobre a educação de seus filhos. Segundo a autora, a inclusão dos pais nesse processo de compreensão e respeito das diferenças geracionais pode contribuir para uma educação mais eficaz e inclusiva, e para a construção de um ambiente escolar mais acolhedor e respeitoso, que é um modelo de educação escolar que tanto lutamos para implementar.

2. 2 A intergeracionalidade e as novas tecnologias no cotidiano escolar, a geração Alpha chegou à escola

A teoria da modernidade líquida, proposta pelo sociólogo Zygmunt Bauman, defende que a sociedade contemporânea é caracterizada pela fluidez e mutabilidade dos valores, relações e estruturas sociais. Nesse contexto, a educação também precisa se adaptar e se reinventar constantemente, para acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade e na cultura.

As novas tecnologias são um dos principais exemplos das transformações que ocorrem na sociedade contemporânea, e sua inserção no cotidiano escolar se torna cada vez mais necessária. No entanto, essa inserção precisa ser feita de forma consciente e reflexiva, valorizando a riqueza da intergeracionalidade como um potencial de trocas de experiências e aprendizagem mútua.

A intergeracionalidade é uma das características marcantes da sociedade contemporânea, e a escola precisa ser um espaço que acolha e valorize essa diversidade. A presença de diferentes gerações no ambiente escolar é uma oportunidade para o compartilhamento de experiências, conhecimentos e perspectivas, e a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para facilitar esse diálogo.

No entanto, é preciso lembrar que a tecnologia não é uma panaceia para todos os problemas da educação. É importante garantir que a inserção das novas tecnologias no cotidiano escolar seja feita de forma consciente e crítica, valorizando a interação e o diálogo entre as diferentes gerações, e não a segregação ou exclusão de determinados grupos.

Nesse sentido, é fundamental que os educadores estejam preparados para lidar com a diversidade geracional presente no ambiente escolar, valorizando a riqueza da intergeracionalidade como um potencial de aprendizagem mútua e troca de experiências. É preciso promover um ambiente escolar inclusivo e respeitoso das diferenças geracionais, que reconheça a importância da tecnologia como uma ferramenta para a educação, mas que não perca de vista a importância do diálogo e da interação entre as diferentes gerações.

De acordo com Seemiller e Grace (2016), a inserção das novas tecnologias no cotidiano escolar pode ser um desafio, especialmente em um contexto intergeracional, uma vez que as diferentes gerações possuem diferentes níveis de familiaridade e habilidade com essas tecnologias. Como as autoras afirmam, "a capacidade dos alunos em usar tecnologias varia amplamente, especialmente em um contexto intergeracional, onde as habilidades tecnológicas não são necessariamente uma característica intrínseca da geração".

Além disso, as autoras apontam que a tecnologia pode ser vista como uma ameaça à tradição e à continuidade cultural, especialmente em comunidades em que a valorização da cultura local é forte. Como afirmam Seemiller e Grace (2016), "em muitas culturas, as tecnologias digitais e a cultura digital que as acompanha são vistas como ameaças à cultura local, tradição e patrimônio".

Dessa forma, é importante que a inserção das novas tecnologias no cotidiano escolar seja feita de forma cuidadosa e reflexiva, valorizando a riqueza da intergeracionalidade como um potencial de trocas de experiências e aprendizagem mútua. É preciso garantir que a tecnologia não seja vista como uma ameaça à tradição e à continuidade cultural, mas sim como uma ferramenta que pode ser utilizada para fortalecer e enriquecer a cultura local. Além disso, é importante garantir que as diferenças geracionais sejam respeitadas e valorizadas, para que a inclusão digital possa ser uma realidade para todos os alunos, em particular para os estudantes que são da geração Alpha.

A geração Alpha é composta por indivíduos nascidos a partir de 2010 e cresceu em um ambiente tecnológico, altamente conectado e globalizado. De acordo com Tozoni-Reis (2015), essa geração compreende a escola tradicional como algo ultrapassado e desinteressante, com metodologias antiquadas e pouco envolventes. Essa percepção da escola é decorrente do fato de que os métodos tradicionais de ensino não conseguem acompanhar as transformações sociais, culturais e tecnológicas que ocorrem de forma acelerada na atualidade.

Seemiller e Grace (2016) afirmam que a geração Alpha possui expectativas elevadas em relação à escola, esperando que ela seja um ambiente moderno, inovador e conectado com o mundo contemporâneo. A escola precisa estar em sintonia com as demandas e necessidades desses jovens, oferecendo um ensino personalizado, adaptado às suas habilidades e necessidades individuais.

A escola precisa, portanto, se adaptar às mudanças da sociedade atual e acompanhar as transformações tecnológicas e culturais, oferecendo uma educação que esteja em sintonia com a realidade dos alunos e preparando-os para os desafios do futuro. Segundo Tozoni-Reis (2015), a escola precisa ser mais criativa e inovadora, oferecendo metodologias de ensino mais dinâmicas e envolventes, que despertem o interesse dos alunos.

Nesse contexto, é fundamental que as instituições de ensino e os professores estejam abertos à inovação e à experimentação, buscando novas formas de ensinar e aprender, utilizando as tecnologias da informação e da comunicação para enriquecer o processo de ensino. De acordo com Seemiller e Grace (2016), a geração Alpha é nativa digital e espera que a escola esteja em sintonia com a tecnologia e as novas mídias, oferecendo recursos tecnológicos que permitam uma aprendizagem mais interativa e dinâmica.

Desse modo, a escola precisa ser repensada e remodelada para atender às expectativas da geração Alpha. Ela deve ser um espaço de aprendizagem colaborativa, intergeracional e conectado com o mundo contemporâneo, oferecendo um ensino personalizado e adaptado às habilidades e necessidades individuais dos alunos.


2. 3 A escola diante da modernidade líquida e do desafio da estruturação de uma educação intergeracional

A escola é um espaço onde as gerações se encontram e convivem, em meio a um mundo cada vez mais globalizado e interconectado. Nesse contexto, a modernidade líquida de Bauman (2000) apresenta desafios para a estruturação de uma educação intergeracional, especialmente no que se refere às novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs), como apontado por Seemiller e Grace (2016). No entanto, como defendido por Tozoni-Reis (2015), é fundamental que os pais também sejam incluídos nesse processo de compreensão e valorização da intergeracionalidade.

As gerações mais antigas muitas vezes enfrentam desafios para se adaptar às novas tecnologias, enquanto as mais novas cresceram imersas nesse ambiente digital. Esse descompasso pode gerar dificuldades para a inserção das TICs no cotidiano escolar, como afirmam Seemiller e Grace (2016), mas também pode ser uma oportunidade para uma troca de experiências entre as gerações, favorecendo a aprendizagem mútua.

No entanto, a modernidade líquida também apresenta desafios para a manutenção e valorização das tradições culturais e locais. Como apontam Seemiller e Grace (2016), as tecnologias digitais podem ser vistas como ameaças à continuidade cultural, especialmente em comunidades em que a valorização da cultura local é forte. Nesse sentido, é fundamental que a escola leve em consideração essa dimensão da intergeracionalidade, valorizando a diversidade cultural e garantindo a continuidade das tradições locais.

Além disso, é importante destacar a importância da inclusão dos pais no processo de compreensão e valorização da intergeracionalidade na educação. Como defendido por Tozoni-Reis (2015), os pais devem ser incluídos nas discussões e decisões sobre o processo educacional, valorizando sua participação ativa e sua contribuição para o sucesso da aprendizagem dos alunos.

A partir desse contexto de modernidade líquida e desafios intergeracionais na educação, é fundamental que a escola atue como um espaço de diálogo e troca entre as gerações, valorizando a diversidade cultural e garantindo a inclusão de todos os alunos, independentemente de suas habilidades tecnológicas ou de sua origem cultural.

Diante da modernidade líquida, é necessário que a educação esteja adaptada às características dos estudantes atuais. De acordo com Tozoni-Reis (2015), é preciso que a escola compreenda e integre a intergeracionalidade em seu cotidiano, a fim de que possa criar uma educação mais significativa e conectada com as demandas da sociedade atual. Segundo Bauman (2000), a modernidade líquida é caracterizada pela liquidez das relações sociais, a efemeridade das conexões, a flexibilidade e a volatilidade das identidades. Nesse sentido, é preciso que a escola compreenda as características dos estudantes da geração atual.

Seemiller e Grace (2016) afirmam que a geração atual de estudantes, conhecida como geração Alpha, é a primeira geração a nascer completamente imersa em um ambiente digital, o que se reflete em suas características. Eles são mais independentes, autodirigidos e estão acostumados com uma grande quantidade de informações disponíveis. Além disso, são mais conectados e interdependentes, uma vez que utilizam as redes sociais como principal meio de comunicação.

Frente a essa realidade, as instituições e os professores devem estar preparados para atender às demandas dessa geração. Tozoni-Reis (2015) destaca a importância da inclusão dos pais nesse processo, uma vez que eles podem contribuir para a integração dos estudantes e para a promoção de uma educação intergeracional. Seemiller e Grace (2016) apontam a necessidade de os professores serem flexíveis e abertos a novas metodologias, além de serem capazes de incorporar as tecnologias da informação e comunicação em suas práticas pedagógicas.

Em suma, com base na teoria da modernidade líquida e a partir da compreensão das características da geração Alpha, é necessário que as instituições e os professores estejam atentos às características dos estudantes e promovam uma educação intergeracional e conectada com as demandas da sociedade atual. Para tanto, é preciso que sejam flexíveis e abertos a novas metodologias, além de integrar as tecnologias da informação e comunicação em suas práticas pedagógicas.


3 Considerações Finais 

A partir dos textos produzidos, é possível identificar que a intergeracionalidade surge como uma motivação para repensar e reestruturar a educação. A presença de diferentes gerações nas escolas traz a oportunidade de trocas de experiências e de aprendizagens mútuas, o que torna fundamental o desenvolvimento de uma educação intergeracional, como destacado por Tozoni-Reis (2015). Além disso, Seemiller e Grace (2016) apontam que as novas tecnologias se tornaram um desafio para a educação, uma vez que a geração Alpha, que já chegou à escola, apresenta uma relação diferente com as tecnologias e espera uma escola mais conectada e interativa.

Nesse sentido, é necessário que as instituições e os professores sejam capazes de se adaptar a essa realidade, valorizando a intergeracionalidade e inserindo as novas tecnologias no cotidiano escolar de forma apropriada. É preciso considerar as características da geração Alpha, que apresenta uma grande capacidade de lidar com a tecnologia, mas que também espera uma educação mais conectada e dinâmica.

A escola diante da modernidade líquida apresenta o desafio de repensar suas práticas educacionais, adaptando-se a uma realidade que se transforma rapidamente. Como apontado por Bauman (2000), vivemos em um tempo em que as relações humanas são fluidas e as identidades são voláteis, o que exige uma educação que seja capaz de acompanhar essas mudanças e que promova uma formação mais ampla, voltada para o desenvolvimento de habilidades e competências para a vida.

Dessa forma, a intergeracionalidade e as novas tecnologias são elementos fundamentais para a construção de uma educação mais conectada, dinâmica e interativa, capaz de responder aos desafios da modernidade líquida. É preciso que a escola seja um espaço de trocas e de aprendizagens mútuas entre as gerações, valorizando as experiências e saberes de cada uma delas. A educação deve ser capaz de adaptar-se a essa nova realidade, repensando suas práticas e estratégias pedagógicas de forma a promover uma formação mais ampla e integrada, capaz de desenvolver habilidades e competências para a vida.


4 Referências Bibliográficas

Bauman, Z. (2000). Modernidade líquida. Jorge Zahar Editor.

Seemiller, C., & Grace, M. (2016). Generation Z goes to college. John Wiley & Sons.

Tozoni-Reis, M. F. C. (2015). A relação entre fam

ília e escola na perspectiva de pais e professores. Revista Educação em Questão, 53, 86-104.


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